A mãe da Fazendeira Li...
Certa vez, a fazendeira Li, caiu em febre, pois não tomou as devidas precauções com a 'Dengue' na sua fazenda. Haviam muitos pneus espalhados em meio a plantações, pois as crianças pegavam para brincarem com eles, e faziam uma verdadeira festa, disputando qual pneu rolava primeiro ladeira abaixo, e faziam inclusive uns obstáculos, para que eles pudessem ver qual dos pneus, iria se desviar ou derrubar... a farra era geral no fim de tarde na fazenda, e a fazendeira Li, como criança, brincava junto. Até os animais, os rodeavam, olhando 'como que satisfeito', vendo tamanha diversão. Porém, em dias de chuvas, e bonanças, a fazendeira Li, não se prevenia com a 'dengue', e aqueles muitos pneus espalhados fazenda a fora, acabou se transformando em focos de 'dengues', e quando a fazendeira Li com dores fortíssimas, zonza, não conseguindo mais cuidar de seus afazeres, sua mãe, 'pessoa incrível, muito alegre e disposta', veio correndo acudi-la!
-Mãe! A senhora está aqui?! -disse meio zonza a fazendeira, em meio a delírios da febre alta.
-Calma minha filha, eu vou cuidar de você, não se preocupe que essa febre logo vai passar!
E olhando pela janela, vendo crianças descaças correndo atras das galinhas, outras jogando bola, disse muito exaltada Dona Nunce.
-Li! O que essas crianças estão fazendo correndo por toda parte, nessa garoa?! Meu Deus do céu Li! Sua fazenda ta parecendo uma bagunça! Cade os pais desses meninos? Nossa! Eles vão matar aquelas lindas galinhas!
-Ei criançada! Vão já pra suas casas! - disse pela janela Dona Nunce, indignada com aquela euforia em dias de chuva fina.
-Mãe, deixa eles, são crianças, estão brincando lá fora.
-Minha filha, você não se preocupe, pois eu vou cuidar de você e de sua fazenda, fica calma Li, o médico disse que em 3 dias você fica boa, e poderá se levantar dessa cama.
Zonza, Li mal conseguira ouvir sua mãe, simplesmente virou pro lado e caiu em sono profundo, afinal de contas, estava esgotada, com tantas tarefas na fazenda.
Quando a fazendeira Li, acordou, pensava que ainda era cedo, e estranhou o silêncio que estava reinando na sua fazenda. Atordoada, tentou se levantar, mas não conseguindo se mover, acabou por dormir novamente.
Enquanto nossa fazendeira repousava num sono, agora tranquilo, sua fazenda estava 'meio descabelada'. Aos cuidados de Dona Nunce, as crianças agora não brincavam no entardecer da fazenda, os animais não andavam mais soltos por suas construções, os empregados tinham de fazer fila para se comunicarem com Dona Nunce, e fazer relatório 3 vezes ao dia de suas tarefas, até os animais que pastavam estavam sofrendo. Não ficavam mais 'numa' boa pastando, tinham hora para ir e voltar. O ritmo mudou completamente, e as produções cairam muito. Mas Dona Nunce, não se apercebendo do ocorrido, achava que 'Tudo" estava sob controle.
Plantações foram perdidas, e vendas deixadas de terem atenção.
Mesmo que os empregados quisessem falar, não conseguiam, Dona Nunce não permitia opinião e se achava a "dona da razão".
Quando Li finalmente conseguiu se recuperar, contente como sempre, apareceu na janela, para respirar o ar puro. -Ah! isso sim que é bom!
Olhando em volta, admirando o céu límpido, os pássaros cantando e depois de se sentir muito melhor, começou então a prestar atenção nas plantações, tudo morrendo... os animais presos... as crianças não estavam no lado de fora... havia silêncio por todos os cantos... -Estranho... o que aconteceu na minha fazenda?! - disse assustada a fazendeira Li.
Logo sua amiga entrou porta adentro e foi logo contando as novidades para a fazendeira Li.
-Sua mãe tomou conta de tudo amiga! Pôs ordem nessa fazenda! Agora as crianças ficam estudando na sala, fazem lição, aprendem a escrever e a ler, Os rapazes tem de fazer relatório pra sua mãe dos seus afazeres e ela marca num pedaço de papel tudo que acontece na fazenda.
O almoço nunca mais foi o mesmo, sua mãe fica dando dicas de culinárias o tempo todo, temos tido 3 tipos de refeições diferentes todos os dias.. ah, e você ficou desacordada por 3 semanas! Já está melhor amiga?
A fazendeira não acreditando no que estava ouvindo, pulou da cama, vestiu seu robe rosa, e foi procurar sua mãe. E a encontrou na sala lendo para um monte de crianças histórias que ela conhecia tão bem.
-Mãe! o que esta fazendo? - dando um beijo carinhoso em sua mãe, a fazendeira sentou-se ao seu lado.
-Estou ensinando essas crianças um pouco Li, por que você não aproveita aquele velho barracão vermelho e não cria ali uma creche para elas aprenderem a escrever e a ler?
-É, acho que a senhora tem toda razão, mas eu já estava planejando fazer isso, com as vendas das próximas plantações eu iria começar a construir uma mini escola e ensiná-las, não apenas o aprendizado normal, mas também como serem bons trabalhadores, ensinado sobre administrações da fazenda e dos cultivos dos campos, há muito que se aprender nesta fazenda, e ler e escrever é apenas uma etapa.
Assim as duas, como há muitos anos não faziam, começaram a conversar, discutindo sonhos e planos antigos, até que mãe e filha acabaram cochilando na sala, não percebendo que todos já haviam deixado o recinto...
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